Congonhas - Minas Gerais - Brasil - Patrimônio Cultural da Humanidade - Unesco  
  • "Romaria, construída na década de 1930, originalmente para servir de pousada para os inúmeros romeiros que sempre tiveram Congonhas como destino da fé..."
  • "Sob qualquer ângulo, a visão dos profetas com a Basílica ao fundo impressiona."
  • "N.Sra. do Rosário, a mais antiga igreja da cidade, construída por escravos no séc. XVII."
  • "Profeta Joel fita enigmático os segredos de Congonhas..."
  • "Distrito de Lobo Leite, onde existiam lavras auríferas, a 10 quilômetros de Congonhas..."
  • "Profeta Daniel, um dos mais fotografados pelos turistas..."
  • "Para muitos admiradores, o adro da Basílica de Bom Jesus de Matosinhos é a imagem-símbolo de Minas Gerais."
  • "Rua da Ladeira, único remanescente do casario colonial contínuo de Congonhas..."
  • "Passo da Crucificação, uma das seis capelas que abrigam 66 estátuas de cedro..."
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Atrações em Congonhas:

Capela de Nossa Senhora da Soledade
Igreja
É da primeira metade do século XVIII. Está localizada no distrito de Lobo Leite (estrada para Ouro Branco, a 10 Km) e possui um i...
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Estrada Real


Texto e fotografia (exceto as creditadas): Marcelo JB Resende
Reprodução proibida


     Um caminho para o desconhecido, para o fausto, para uma terra que cintilava ouro e diamantes. Assim foi a Estrada Real, rota oficial criada nos séculos XVII e XVIII para escoar as riquezas e abastecer as Minas Gerais. São mais de 1.630 quilômetros, num dos maiores roteiros turísticos do Brasil, abrangendo 177 cidades em três estados: Minas Gerais (162), Rio de Janeiro (8) e São Paulo (7).

 

Três vertentes compõem a Estrada Real: o Caminho Velho (que começa em Paraty - RJ e coincide em parte com a antiga rota dos primeiros bandeirantes paulistas); o Caminho Novo (trajeto mais curto entre o porto do Rio de Janeiro e a antiga Vila Rica - hoje Ouro Preto); e o Caminho dos Diamantes, um prolongamento de Ouro Preto até Diamantina, mais ao norte. Uma quarta vertente - menor - é o Caminho de Sabarabuçu (ligando Ouro Preto a Sabará e Caeté), que pode ser interpretado como uma variante do Caminho Velho.

Durante um século estes caminhos foram os mais importantes e vigiados do Brasil colônia, com rígido controle pela Coroa Portuguesa. Numa direção desciam para o além-mar ouro, diamantes e pedras preciosas. Noutra chegavam artigos de primeira necessidade e produtos sofisticados vindos da Europa, além de ideias, cultura, artes, escravos, esperança e tristeza... Tudo num ambiente de desconfianças, cobiça, ambição, traições e inconfidências... Era a aventura de um verdadeira eldorado...

 
Trecho original da Estrada Real, na Serra de Ouro Branco (MG), que hoje foi tomado pela mata (foto da década de 1990).

Conheça mais sobre a história da Estrada Real

Com o fim do Ciclo do Ouro, entre o final do séc. XVIII e início do séc. XIX, a Estrada Real perdeu sua importância e solenidade, tendo seu traçado sofrido várias modificações. No seu leito foram cruzando outros caminhos, surgindo ramificações, prosaicas estradas de chão batido e importantes rodovias pavimentadas. A BR040, por exemplo, que liga o Rio de Janeiro a Brasília, tem, até Belo Horizonte, vários trechos que coincidem com o leito original do Caminho Novo.

 

Ao contrário das cidades mineiras - que com o fim do ouro cairam no esquecimento e assim foram preservadas -, o mesmo não se pode dizer da Estrada Real. Muitas de suas passagens foram apagadas pelo tempo, umas até retomadas pela natureza. Muitos a percorriam se sem dar conta da história impregnada naquele chão. Esta situação de abandono permaneceu até o fim da década de 1990, com o aparecimento de iniciativas que procuraram resgatar as histórias e mapear o que restou deste antigo caminho.

    Da história para o turismo

Hoje a Estrada Real desponta como um promissor produto turístico para o Brasil. Vivenciá-la é uma experiência extraordinária e envolvente para o turista que pode, num só trajeto, explorar a exuberante Mata Atlântica, transpor a muralha da Serra do Mar, adentrar pela Serra da Mantiqueira até enfim devassar a Serra do Espinhaço. No percurso fazendas, paisagens rurais, plantações, mirantes, histórias, belíssimas cachoeiras, gente pacata e hospitaleira, pesadas pontes de pedra, sabores, a cachaça e a culinária mineiras. Como acompanhante permanente o constante pensamento de que por aqueles mesmos caminhos pisaram figuras históricas (Tiradentes, dom Pedro II, Fernão Dias, Bartolomeu Bueno, Borba Gato, guerreiros indígenas...) e renomados artistas (Aleijadinho, mestre Ataíde...). Fora o exército de milhares de anônimos que encontraram nas Minas Gerais fortuna e desgraça, liberdade e escravidão, vida e morte em seu estado bruto.


   


























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